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Verdades e Mitos

Leia cada frase e pense por 1 minuto

Muitas pessoas fazem afirmações sobre as questões mentais /emocionais como verdades absolutas quando são muitas vezes a reprodução de preconceitos profundamente arraigados na mente das pessoas. Reveja e converse com as pessoas sobre o assunto.


O que você realmente pensa a respeito.

Desafie-se nos seus conceitos e preconceitos sobre cada tema.
Dra. Tânia Abreu - Psíquiatra

Muitas pessoas fazem afirmações sobre as questões mentais /emocionais como verdades absolutas quando são muitas vezes a reprodução de preconceitos profundamente arraigados na mente das pessoas. Reveja e converse com as pessoas sobre o assunto.

Deixe aqui seus comentários, suas experiências com o tema para que possamos dialogar e cooperar com outras pessoas. Suas experiencias poderão também ser compartilhadas nos fóruns que iremos fazer.


Dra. Tânia de Abreu

Já treinou centenas de profissionais de saúde e público em geral em temas de Saúde Mental através de vivências dinâmicas resultantes de 20 anos de assistência clínica direta bem como consultoria nos setores de Saúde Pública e Privada.

São realmente muito comuns e podem afetar qualquer pessoa independente de raça, sexo, religião e etc.

Problemas de saúde mental são realmente muito comuns.

Estudo realizado na região metropolitana DESP estimou que 26% da população apresenta um ou mais transtornos mentais (TM) ao longo da vida (2/3 dessas pessoas com TM moderado ou grave). No Brasil existem estudos que chegam a estimar até 50% da população como portadora de alguma demanda de saúde mental. Em 2014:

- 1 em 5 adultos americanos experimentou um problema de saúde mental;

- 1 em cada 10 jovens experimentou um período de depressão maior;

- 1 em cada 25 americanos viveu com uma doença mental séria, como esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão maior.

Precisamos superar o estigma sobre os transtornos mentais e buscar ajuda integral.

O estudo brasileiro ERICA realizado em 2013-2014 detectou uma prevalência de transtornos mentais comuns de 30,0% entre meninas e 21% entre meninos e de 33.6% entre adolescentes de 15 a 17 anos.

Mesmo crianças muito pequenas podem apresentar sinais de alerta precoce de problemas de saúde mental. Esses problemas de saúde mental são geralmente diagnosticáveis pela história clínica cuidadosa (observando e colhendo detalhes da mudança / alteração do comportamento) que resulta da interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.

Metade de todos os transtornos de saúde mental apresentam os primeiros sinais antes de uma pessoa ter 14 anos e três quartos dos transtornos de saúde mental começam antes dos 24 anos de idade.

Infelizmente, menos de 20% das crianças e adolescentes com problemas de saúde mental diagnosticáveis recebem o tratamento de que necessitam. Precisamos apoiar nossas crianças o quanto antes desses problemas interferirem com outras necessidades de desenvolvimento, na vida familiar, escolar e demais áreas.

O teor dessa frase está descrito no livro de Paulo Dalgalarrondo e é de certo modo também refletido com Clarice Lispector: "a prova de que estou recuperando a saúde mental, é que estou cada minuto mais permissiva: eu me permito mais liberdade e mais experiências. E aceito o acaso. Anseio pelo que ainda não experimentei. Maior espaço psíquico."

Aqui a frase e o trecho do poema nos fazem refletir sobre a saúde mental como um processo constante de auto conexão e auto permissão de ser, de encontrar-se com sua alteridade sem censuras, com maior abertura a incertezas , maior ressignificação positiva com humor e mais possibilidades interpretativas e simbólicas como forma de expandir o continente experiencial e isso servir de repertório, ferramentas para o viver.

Nesse processo ser “anormal” e criar liberdades e flexibilidades indispensáveis é saudável. Então há os que dizem que ser louco é bom, ser doido e ser feliz como diz a poetisa, mas isso não pode ser generalizado assim porque nem todos que estão “anormais” estão saudáveis, singularmente saudáveis como seria o desejável. Há aqueles que estão profundamente perdidos em pensamentos, sentimentos e comportamentos que não necessariamente são uma expressão de liberdade e muito menos senso de humor. Existem pessoas que se encontram em profundo sofrimento e desorganização solitária e o processo de liberdade requer sensibilidade e cuidados específicos sob medida de cada pessoa incluindo o resgate ou a possibilidade de integração há muito perdida.

Esse assunto requer de nós uma paciência e sensibilidade para a qual não estamos habituados porque buscamos por respostas prontas que se apliquem a todos da mesma forma e em seres humanos as coisas não funcionam exatamente assim.

Aqui enfocamos na saúde mental. Não falamos aqui da loucura que em muitos casos gravíssimos é a cisão quase completa dos significados internos e externos e aqui começamos a descrever pessoas severamente doentes. Existe grandes dificuldades na sociedade acelerada e pragmática para tratar desse assunto porque as pessoas não têm paciência e calma para compreender a complexidade e até alguns paradoxos incluídos nessas questões.

Há muitos que chegam a dizer que a doença mental é uma invenção. Esses restritos a alguns fatores do arranjo sociológico (de fato presentes) explicam totalmente o adoecimento mental a uma só perspectiva encerrando-a ou prevendo a solução exclusivamente ali.

Vamos entender isso com mais cuidado. Uma coisa é o processo cruente, solitário e alienante que vivemos que rouba das pessoas o espaço de ser, de alteridade, de singularidade interpretativa e expressiva que causa sofrimento e mesmo adoecimento, mas essa coisa não está desconectada de outras.

A grande maioria das pessoas com problemas de saúde mental não tem mais probabilidade de ser violenta do que qualquer outra pessoa. A grande questão é que quando a violência é praticada por uma pessoa com transtorno mental parece que as pessoas gravam mais o fato. A maioria das pessoas com doença mental não é violenta e apenas 3% a 5% dos atos violentos podem ser atribuídos a indivíduos com doença mental séria. Na verdade, as pessoas com doenças mentais graves são mais de 10 vezes mais propensas a serem vítimas de crimes violentos do que a população em geral. Você provavelmente conhece alguém com um problema de saúde mental e nem sequer percebe isso, porque muitas pessoas com problemas de saúde mental são membros altamente ativos e produtivos de nossas comunidades.

A grande questão é que essas pessoas dão sinais de que não estão bem, mas frequentemente ninguém percebe ou não existem equipamentos suficientes para o adequado tratamento.

Muitas pessoas diagnosticadas com uma doença mental são muito inteligentes, criativas e produtivas ao passo que outras pessoas apresentam dificuldades de memória ou mesmo de interação social ou mesmo mudanças do pensamento ou comportamento e variações do humor que a prejudicam nas suas atividades acadêmicas e laborais e por isso precisam de tratamento para restaurar sua eficiência anterior. Para algumas doenças (alguns tipos de esquizofrenia por exemplo a esquizofrenia hebefrenica e o transtorno afetivo bipolar) e também a depender de fatores individuais sabemos que a elevada recorrência / repetição em número e duração de surtos psicóticos (na esquizofrenia) e episódios de mania (fase de aceleração psíquica no transtorno bipolar) podem gerar prejuízos à inteligência especialmente se essas condições cursarem ao longo dos anos sem adequado tratamento.

No geral, as pessoas com doenças mentais têm um funcionamento intelectual variado, assim como a população em geral.

A grande questão é que essas pessoas dão sinais de que não estão bem, mas frequentemente ninguém percebe ou não existem equipamentos suficientes para o adequado tratamento.

Pessoas com problemas de saúde mental são tão produtivas quanto outros funcionários. Os empregadores que contratam pessoas com problemas de saúde mental relatam boa presença e pontualidade, bem como motivação, bom trabalho e posse de trabalho em par ou maior do que outros funcionários.

Quando os funcionários com problemas de saúde mental recebem tratamento efetivo, isso pode resultar em:

  • Menores custos médicos totais;
  • Produtividade aumentada;
  • Redução do absenteísmo;
  • Diminuição dos custos de invalidez.

Tristeza é um sentimento (um tom afetivo) de pesar, pessimismo, ruina, solidão, menos-valia e desesperança.

Esse sentimento está no nosso repertório comum de reações diante de fatos da vida desagradáveis com os quais temos de nos deparar como catástrofes, perdas desde perdas ligadas a nossa preservação como de bens para a manutenção de conforto por exemplo quando sofremos desemprego ou perda da dignidade quando somos humilhados ou expostos de algum modo ou perdas mais ameaçadoras em termos gerais como a perda da saúde por uma doença grave.

Quando estamos tristes vivenciamos em nosso eu um sentimento desagradável, mas temos ainda recursos internos para refletir e pensar em como agir mediante os eventos desfavoráveis que geralmente optamos por não pensar, o que nos pode levar a novas e diferentes visões / ações na vida.

A tristeza traz a oportunidade de olhar com mais profundidade e de lá sair emergir mais maduros, com mais flexibilidade nos pensar, sentir, agir.

Recomendo o livro perdas necessárias (Judith Viorst) que trata de forma bela sobre tristeza e amadurecimento.

A tristeza está intimamente ligada à uma oportunidade de lidar com as vicissitudes, contradições, imperfeições do viver humano. Também com a vulnerabilidade, a impermanência, o egoísmo e fragilidade dos valores humanos sendo, portanto, a tristeza reação usual e por isso não é obviamente doença e sim oportunidade de revisão.

Frequentemente pessoas dizem: “estou deprimido”, quando o correto seria dizer “Estou triste”.

Estar triste é estar numa condição de pesar em reação a algo para o qual não elaboramos um sentido. Um sentido aceitável para nós, um sentido para além daquela condição que entendemos desagradável.

Já quando falamos em depressão o termo ganha um sentido diferente de tristeza isolada. Na depressão a tristeza é persistente e acompanhada de outras características igualmente persistentes que vão alterando, minando os recursos de reagir. Muitas vezes existiram fatos que deflagraram a depressão e por vezes não.

A pessoa deprimida além de tristeza vai ficando progressivamente isolada, sem energia, desatenta e com prejuízos da memória, com o sono muito prejudicado e com ideias que vão de ruina, solidão, desolação cada vez mais profundos chegando a ideia de autoextermínio. A depressão é muito bem expressa naquela canção de Adriana Calcanhoto em que encontramos a tristeza acompanhada de um sensação de ruina profunda, de prejuízo da capacidade de pensar, de se organizar, de tomar decisões e toda a mudança que esse adoecimento produz na pessoa : “ eu perco o chão, eu não acho as palavras…eu ando tão triste, eu ando pela sala, eu perco a hora, eu chego no fim….eu deixo a porta aberta….eu não moro mais em mim…eu perco as chaves de casa, eu perco a freio…estou em milhares de cacos, eu estou ao meio.”

Problemas de saúde mental não têm nada a ver com ser preguiçoso ou fraco e muitas pessoas precisam de ajuda para melhorar. Muitos fatores contribuem para problemas de saúde mental, incluindo:

  • Fatores biológicos, como genes, doenças físicas, lesões ou química do cérebro;
  • Experiências de vida, como trauma ou história de abuso;
  • História familiar de problemas de saúde mental.

Pessoas com problemas de saúde mental podem melhorar e muitos se recuperam completamente.

Uma vez que um amigo ou membro da família desenvolve problemas de saúde mental, ele ou ela nunca se recuperará.

É fato que são poucas as pessoas que tem acesso a bons tratamentos com equipe preparada para uma ação integral e integrada, sendo assim é comum vermos pessoas portando adoecimento por muitos anos sem melhora, mas isso torna-se diferente quando a pessoa, bons profissionais e família engajada estão juntos.

As pessoas com problemas de saúde mental melhoram e muitas se recuperam completamente. A recuperação refere-se ao processo no qual as pessoas são capazes de viver, trabalhar, aprender e participar plenamente de suas comunidades. Atualmente existem mais tratamentos, serviços e sistemas de suporte comunitário. Embora ainda em número insuficiente, muitos deles funcionam e de fato contribuem em fazer diferença para melhor na vida das pessoas.

Existem algumas doenças mentais mais debilitantes do que outras, mas a grande maioria delas podem ser cuidadas com eficácia e restaurando a vida normal de antes.

Muitas pessoas ficam muito irritadas e julgam de modo contumaz pessoas quem se auto exterminou. Pensam e falam como se tivessem sido feridas pela violência do autoextermínio alheio. De fato, o autoextermínio nos dói mesmo que ocorra com estranhos e mesmo que queiramos nos afastar desse tema.

Estamos conectados mesmo que não percebamos, mas o fato é que pessoas que falam/ tentam suicídio chamam-nos a refletir e agir na oferta de olhar, escuta e cuidados para quem vive um sofrimento e desespero que não conseguem lidar sozinhos. Requerem que saiamos da nossa perspectiva para olhar quem sofre em buscar os vários apoios necessários para ressignificar situações em que a pessoa se percebe em grandes sofrimentos, perdas irreparáveis, bullying que não consegue resistir, depressão, abuso de drogas, quadros psicóticos, adoecimento grave e dor crônica.

Muitos jovens por vezes podem não ter passado por estressores tão graves, mas os vivenciam como se fossem. Por vezes a falta de repertorio experiencial (pouco habito de refletir as várias possibilidades de uma situação, o não exercício de se fazer perguntas e relativizar situações), a falta de referências acolhedoras entre pares, escola e na família, a impulsividade e ainda fragilidade egoica comum dos jovens podem ser meio de cultura para erupção de atos suicidas.

É fundamental então que tenhamos espaços para interagir, acolher e discutir certos temas com os jovens em casa, na escola e demais instituições.

Dados divulgados pelo ministério da saúde mostram que o índice de suicídios cresceu entre 2011 e 2015 passando a ser a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 e 29 anos.

Escute mais, não tenha medo de conversar sobre o assunto.

Ao escutar ou suspeitar que alguém está com pensamentos de morte ofereça ajuda e não desista.

Peça a pessoa com pensamentos suicidas para que ela deixe que você a ajude.

Busque ajuda. Não se ajuda alguém com pensamentos suicidas sozinho. O tema é complexo e precisa de profissionais preparados como bons humanos e bons conhecimentos técnicos.

Não deixe essa pessoa sozinha e especialmente não deixe objetos cortantes ou ambientes de risco (sacadas sem redes).

Procure ajuda médica + psicológica + espiritual: o tratamento precisa ser integral. Temos que buscar isso sem o qual o tratamento será incompleto.

A great city, whose image dwells in the memory of man, is the type of some great idea. Rome represents conquest; Faith hovers over the towers of Jerusalem; and Athens embodies the pre-eminent quality of the antique world, Art.
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